Após mais de duas décadas de história, a tradicional Copa do Mundo de Clubes da FIFA chegou ao fim em 2023. O torneio, que reuniu anualmente os campeões das seis confederações continentais — CONMEBOL (América do Sul), UEFA (Europa), CONCACAF (América do Norte, Central e Caribe), CAF (África), AFC (Ásia) e OFC (Oceania) — além de um representante do país-sede, foi oficialmente substituído pela nova Copa Intercontinental da FIFA a partir de 2024.
Criado inicialmente em 2000, o Mundial de Clubes nasceu com a proposta de ser uma competição mais inclusiva e global, substituindo a antiga Copa Intercontinental, que até então era disputada apenas entre os campeões da América do Sul e da Europa. No entanto, após sua primeira edição no Brasil, o torneio sofreu uma pausa e só voltou a ser realizado de forma definitiva a partir de 2005.
Desde então, o campeonato se tornou uma vitrine internacional para clubes de todos os continentes, embora tenha sido dominado, majoritariamente, por equipes europeias e sul-americanas. A UEFA, em especial, se destacou na competição, com seus clubes conquistando a maioria dos títulos nas últimas edições. Ainda assim, o torneio proporcionou momentos históricos para clubes de fora do eixo Europa-América do Sul, que chegaram a finais e semifinais, quebrando paradigmas e valorizando o futebol em diversas partes do mundo.
Apesar do prestígio, o formato do Mundial de Clubes foi alvo de críticas ao longo dos anos. Muitos apontavam o curto número de partidas para os grandes clubes europeus, que entravam diretamente na semifinal, e a dificuldade de atrair o interesse de grandes audiências fora dos países diretamente envolvidos. A FIFA chegou a anunciar, em 2019, uma proposta de expansão do torneio para 24 clubes, mas a ideia acabou sendo adiada e, posteriormente, transformada no novo modelo.
A partir de 2024, entra em cena a Copa Intercontinental da FIFA, que resgata o nome de um dos torneios mais tradicionais do futebol, mas com um formato remodelado. Agora, o campeonato será disputado a cada quatro anos, reunindo 32 clubes de todos os continentes, em um modelo mais próximo da Copa do Mundo de seleções. O objetivo da FIFA é oferecer uma competição mais longa, competitiva e comercialmente atraente, capaz de rivalizar em audiência com os maiores eventos do futebol mundial.
O fim do Mundial de Clubes, portanto, marca não apenas o encerramento de um ciclo, mas também o início de uma nova fase no futebol internacional de clubes. As expectativas são altas, tanto por parte dos torcedores quanto das próprias entidades esportivas, que veem na nova Copa Intercontinental uma oportunidade de promover o esporte em escala global, oferecendo mais visibilidade e competitividade para clubes de todos os cantos do planeta.
Se o Mundial de Clubes ficou para a história, a nova competição surge para escrever seus próprios capítulos — e, quem sabe, redefinir o mapa do futebol mundial.
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